domingo, 27 de maio de 2012

in "Neve"...Orhan Pamuk



Depois que Ka e Ïpek fizeram amor, ficaram na cama abraçados; por algum tempo, nenhum dos dois se mexeu. O mundo estava envolto em silêncio.
A felicidade de Ka era tão grande que o abraço parecia durar um tempo muito longo. Só isso pode explicar por que ele foi tomado de súbita impaciência e pulou da cama para ir olhar pela janela. Mais tarde, iria considerar aquele demorado momento de silêncio compartilhado como sua mais feliz recordação e se perguntaria por que interrompera tão bruscamente aquela felicidade inigualável, saindo dos braços de Ipek. A resposta é que ele se deixou dominar pelo pânico. Era como se alguma coisa estivesse prestes a acontecer do outro lado da janela, na rua coberta de neve, e ele precisasse estar lá antes que acontecesse.



Neve, de Orhan Pamuk
"Um dos 4 livros mais importantes da primeira década do século XXI "– revista Bravo.


O próprio Orhan Pamuk diz que este é seu primeiro e último livro sobre política, mas não deveria. Apesar de trazer esse assunto espanta leitores, Neve conta a história do poeta e jornalista Ka, um exilado político que vive na Alemanha, mas que volta para sua cidade natal na Turquia, chamada, vejam só: Kars (que significa Neve, em Turco).
Ka pretende escrever uma matéria sobre Kars para um popular jornal da Alemanha e também investigar o estranho aumento repentino de suicídios entre as jovens da cidade. Durante a viagem, ele lembra de uma antiga colega chamada Ïpek, uma moça divinamente bela, pela qual ele se apaixona em um piscar de olhos.
O conflito político e religioso é intenso e envolvente, ao mesmo tempo que mistura o romance entre Ïpek e Ka, impregnado com os valores quase exóticos da cultura oriental.

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