segunda-feira, 30 de julho de 2012

Fantoches da vida.




Às  vezes , temos  sensação de onipotência. Munidos de uma lufada de ousadia, caminhamos como se tudo dependesse de nós . Acreditamos que resolvemos todos os problemas  e que o indefectível livre-arbítrio conspira a nosso favor. Claro, esse “nós” diz respeito aos corajosos , aos otimistas, àqueles que pensam a vida e acreditam ter domínio sobre ela. Àqueles que acreditam ter as rédeas do destino nas mãos e brigam com unhas e dentes pela sua posse. Os amorfos são em maior número, acomodam-se,  conformam-se. (Há uma palavra mais triste do que conformismo?)

Mas...
...de repente o telefone toca e nossa tão propalada segurança nos escapa em um passe de mágica. Uma voz distante determina o fim da certeza e um ponto de interrogação paira no ar. E agora? Tornamo-nos reféns de algo que foge do nosso alcance. Temos que resistir, aceitar, reformular, e descobrir que, na maioria das vezes, somos impotentes. Ainda que façamos tudo  o que nos caiba, descobrimos a duras penas uma verdade cristalina :

É ela ,A VIDA, a protagonista de todas as histórias. Os holofotes estão nela e o desenrolar do enredo só ela sabe e só ela tem poder para mudar. Somos coadjuvantes, meros coadjuvantes, no entanto é imperioso acreditar que poderemos levar o Oscar  (como coadjuvantes, claro!), dependendo de como desempenhamos nosso papel e conseguimos nos destacar .  

Isso não é um questionamento, é uma ( triste?) constatação.

( emocionalmente exausta)

3 comentários:

  1. que os pontos de interrogação não apaguem as exclamações :)

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  2. Querida gizelda, entendo bem a substância deste texto, Sim! Somos bonifrates na mão de forças que nos escapam, sim!Somos a vontade de ser que, às vezes, não pode ser, Sim!
    Há um telefonema, um envelope, um sobressalto inesperado e a vida adquire o sentido dum barco à deriva.

    Beijinho doce.
    Ibel

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  3. Eu ainda tenho dito para mim mesma que sou corajosa o suficiente para enfrentar a vida. E o medo sorri irônico. Mas eu, sangrando a leitura deste teu texto, convenço-me ... ela é , ainda, bonita e até que me presenteia, vez ou outra...
    bjos

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