As pessoas
cujo desejo é unicamente a auto realização, nunca sabem para onde se dirigem.
Não podem saber. Numa das acepções da palavra, é obviamente necessário, como o
oráculo grego afirmava, conhecermo-nos a nós próprios. É a primeira realização
do conhecimento. Mas reconhecer que a alma de um homem é incognoscível é a
maior proeza da sabedoria. O derradeiro mistério somos nós próprios. Depois de
termos pesado o Sol e medido os passos da Lua e delineado minuciosamente os
sete céus, estrela a estrela, restamos ainda nós próprios. Quem poderá calcular
a órbita da sua própria alma?
Oscar Wilde, De Profundis
Há momentos tão intensos na vida que não sabemos bem se o que dói é o coração ou o cérebro. Na verdade, acho que é alma.
Eu gostaria de lhe sugerir a leitura do livro "A negação da morte", em especial do capítulo "o caráter humano como mentira vital". Mas, caso deseje, poderá ler o capítulo num texto que escrevi calcado sobre o seu conteúdo. Trata-se de uma resenha. Esta é a minha contribuição intertextual. O que se acha neste texto de Oscar Wilde, encontraremos reafirmado e elaborado no texto de Ernest Becker (autor do livro referido). De fato, nós nos furtamos ao autoconhecimento e é certo também que nosso Eu autêntico é imperscrutável. Ele subjaz às camadas da estrutura do caráter - que é uma couraça para lidar com a vida e evitar a consciência da verdade de nossa condição.
ResponderExcluirBeijos!