Quando acordo em um fim de semana - como hoje - e olho
através do céu azul e perfumado, a brisa fresca desafiando o dourado do sol,
sinto que meu momento é aqui e agora. Dezembro está quase aí.
Recuso-me a ir aquém ou além para saborear o que sou, em que
me tornei, das minhas opções e escolhas, e sei, com toda certeza possível, que
há muito a fazer e conquistar e não tenho tempo suficiente ( nem idade...) para ousada busca.
Nem de longe a vida se comportou de acordo com o que
planejei e até agora não descobri se a conduzi ou fui
conduzida por ela. Mas o que importa? O resultado é o sou e o que tenho.
Sei também que, quando esse ímpeto cessar , terei desistido
de viver. E nem de longe quero me tornar uma morta-viva.
Em minha casa, as caixas de bolas vermelhas saem dos
maleiros, os tons de prata, o cheiro da tuia ainda tenra, tudo começa a tomar a
cor do Natal. E o cheiro. E o clima. Não é a data, mas o envolvimento com o
burburinho que me seduz. E o antes.
O som é de Michael
Bublé... e sinto um imenso prazer de estar viva . Minha alma sorri.Apesar de.
Embora este texto expresse um sentir-se pleno de vida, não poderia deixar de destacar um trecho que repercurtiu em meu espírito: "nem de longe a vida se comportou de acordo com o que planejei e até agora não descobri se a conduzi ou fui conduzida por ela".
ResponderExcluirApesar de jovem ainda, tenho essa sensação de que a vida não se afinou com a vocação de meu coração e vou vivendo com a sensação de que ainda há um vazio em mim incorrigível.
Há duas frases de Pessoa, em o Livro do Desassossego, que gostaria de compartilhar com você, querida amiga:
"O único modo de estarmos de acordo com a vida é estarmos em desacordo com nós próprios"
"Pedi tão pouco à vida e esse mesmo pouco a vida me negou".
Estas frases fazem-me verter lágrimas, mas preciso lê-las e senti-las porque, de algum modo, elas tangem a minha vida, elas me interpelam.
Beijos!