Deixa-me entrar na tua casa, sentar no teu sofá e chorar dias seguidos, sem parar, sem ter que parar, sem limpar as lágrimas que alguém pode ver, sem disfarçar a dor, sem medo de ficar com os olhos inchados, o rosto disforme. Não tens que compreender nem te afligir.
Sou só eu a ser aquilo que sou em certos dias da vida – inconsolável. Não quero o teu lenço, obrigada, nem o teu ombro, nem água, apenas chorar sentada no teu sofá, chorar no teu cenário, manchar a tua normalidade, gritar dentro dela, fazê-la tremer um pouco. Chorar também por ti que não choras e é preciso de vez em quando. Nem te emocionas, apenas te ris e te preocupas e és malevolamente bom.
Histórias Improváveis – Ângela Leite
Quantos de nós, incontáveis vezes, temos tido vontade de agir da mesma maneira, por motivos semelhantes...
Queria poder chorar um pouco, eu lhe confesso. Mas temo... quando choro, me desmorono. Então, prefiro conter-me.
ResponderExcluirLindo texto!
Beijos!
Chorei muito há anos atrás...acho que meus olhos são fontes que secaram e há momentos que precisava de voltar a chorar para terminar com o deserto do meu peito.
ResponderExcluirBeijo amigo
Graça
Que delícia de texto! Obrigada.
ResponderExcluirBeijos
O choro é como um regato que corre pelo deserto. Sem ele não há vida!
ResponderExcluirBeijo