segunda-feira, 20 de junho de 2011
Inconsolável.
Deixa-me entrar na tua casa, sentar no teu sofá e chorar dias seguidos, sem parar, sem ter que parar, sem limpar as lágrimas que alguém pode ver, sem disfarçar a dor, sem medo de ficar com os olhos inchados, o rosto disforme. Não tens que compreender nem te afligir.
Sou só eu a ser aquilo que sou em certos dias da vida – inconsolável. Não quero o teu lenço, obrigada, nem o teu ombro, nem água, apenas chorar sentada no teu sofá, chorar no teu cenário, manchar a tua normalidade, gritar dentro dela, fazê-la tremer um pouco. Chorar também por ti que não choras e é preciso de vez em quando. Nem te emocionas, apenas te ris e te preocupas e és malevolamente bom.
Histórias Improváveis – Ângela Leite
Quantos de nós, incontáveis vezes, temos tido vontade de agir da mesma maneira, por motivos semelhantes...
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Queria poder chorar um pouco, eu lhe confesso. Mas temo... quando choro, me desmorono. Então, prefiro conter-me.
ResponderExcluirLindo texto!
Beijos!
Chorei muito há anos atrás...acho que meus olhos são fontes que secaram e há momentos que precisava de voltar a chorar para terminar com o deserto do meu peito.
ResponderExcluirBeijo amigo
Graça
Que delícia de texto! Obrigada.
ResponderExcluirBeijos
O choro é como um regato que corre pelo deserto. Sem ele não há vida!
ResponderExcluirBeijo