domingo, 29 de maio de 2011
Talvez a grande resposta. A única.
Fico pensando se viver não será sinônimo de perguntar.
A gente se debate, busca, segura o fato com duas mãos sedentas e pensa: Achei! Achei!
Mas ele escorrega se espatifa em mil pedaços, como um vaso de barro coberto apenas por uma leve camada de louça.
A gente fica só, outra vez, e tem que começar do nada, correndo loucamente em busca dos outros vasos que vê. Cada um que surge parece o último, mas todos são de barro, quebram-se antes que possamos reformular as perguntas.
E começamos de novo, mais uma vez, dia após dia, ano após ano.
Um dia a gente chega à frente do espelho e descobre: Envelheci!
Então a busca termina. As perguntas colam no fundo da garganta, e vem a morte.
Que talvez seja a grande resposta.
A única.
Caio Fernando de Abreu
Limite Branco
Na verdade, perguntas sem respostas nos desafiam.Formam uma teia intrincada , elos de uma corrente que só tem fim quando " ela" chega. E descobrimos que nenhuma resposta definitiva virá, a não ser "ela"Mas , aí, que importa a resposta se ela não passa de uma outra pergunta ? E agora?...
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Grande questão, esta. Ou, permita-me, será mesmo a GRANDE QUESTÃO?
ResponderExcluirEu não sei a resposta, embora tenha uma teoria. E, compreenderá, há coisas que apenas a nós dizem respeito. Embora, no nosso percurso, algumas pistas vão saltando do bolso.
(Os seus posts cativam-me!)
Beijo :)
Gizelda,
ResponderExcluirNeste fim de tarde, estas palavras trazem a verdade que se quer esquecida, para que não doa.
Só tem desassossego que tem esse poder de questionar... Duvidas sempre teremos. O grande problema da contemporaneidade é que a sociedade parou de questionar e aí reside o conformismo, onde contimuaremos a quebrar os vasos, colar os cacos num eterno ir e vir.
ResponderExcluirSeus questionametos Gizelda sao sempre enriquecedores... Adoro vir aqui ler-te! Bjusss
De fato, Zélia, tem razão. Adoro os textos que aqui encontro. Questionar continuamente, sem contudo pretender estar de posse de uma verdade objetiva. Levantar questões sem, contudo, pretender dar respostas definitivas. Questionar, em que pese a única certeza: a morte.
ResponderExcluirBeijos, Gizelda!!
Texto reflexivo...
ResponderExcluir"Quando penso que sei as respostas, a vida muda as perguntas..."
Penso que nunca saberemos as respostas exatas para esse sentido.
E agora?... ...
Amada, parabéns pelo belo post!!!
Carinhos pra ti...
Beijos