sábado, 28 de agosto de 2010
Consciência sem ação é nada.
A maturidade facilita voos profundos na alma em busca do que construímos, do que somos e do que , provavelmente , gostaríamos de ter sido. O tempo , uma abstração aterradora,não engana ninguém. O que era, já não é mais. O que podia ter sido não o será jamais. O amanhã é uma névoa densa que pode se dissipar em pesada -ou suave- chuva.
Então, a gente reflete e se surpreende com o que pensa e o que sente. Quem sou eu? ... Quem são eles? E esse cotidiano?Meu Deus! O que houve? Como eu pude mudar assim? Ou...Será que tudo que me circunda sempre foi desse jeito e nunca percebi?Será?
Ah! Uma questão de olhar e ...ver, o que habitualmente não fazemos. Tudo é o que é, apenas nos incumbimos de enxergar o que nos é conveniente ,até que engolir sapos como se fossem príncipes torna-se mais indigesto do que é. Por quê? Porque é aviltante.
Vem a sensação de estarmos sendo enganados. Pelos outros? Não! Por nós próprios , o que é muito pior. Colocar expectativas fora de si é realmente um convite à frustração. Fazemos isso todos os dias com uma tranquilidade avassaladora, como se fosse algo normal.
Pois é...manhã de sábado, suja e empoeirada, sem chuva e sem perspectiva dela. Olho para fora, não vejo coisa alguma, a não ser a névoa que transforma o brilho do sol em baço e sem graça. Estou imersa em mim.
Acordei para a “ filosofia de bairro” : não sei o que quero ( talvez nunca vá saber), mas sei muito bem o que não quero.
OBS : texto sujeito a transformação no decorrer do dia.Por quê? Porque aqui é o Desassossego.
Ter consciência é nada, se não existe ação.Cabe-me, então, buscar o brilho do sol dentro de mim.É muito triste não acontecer. Ser apenas uma promessa.
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Belo texto, Giselda. O último parágrafo é chave de ouro.
ResponderExcluirBeijo, amiga.
Gizelda,
ResponderExcluirSubscrevo, por inteiro, o que escreveu. Aliás, estou farto de conhecer promessas que nunca passaram disso, por inércia.
Como diz a Ibel, o seu texto termina com chave de ouro.
Beijo :)
Adorei a frase "Estou imersa em mim". Também costumo submergir em mim mesmo. Quando escrevo, mergulho em mim e exploro a vastidão de minha alma com as laternas feitas de palavras. Seu texto animou-me um pensamento, que se expressa nos seguintes termos: 'não é possível mudar sem esquecer um pouco do que se era'. As expectativas projetadas são vias perigosas, pois que levam inevitavelmente à frustração. Parece que esperamos mais do que aquilo que o mundo espera de nós.
ResponderExcluirParabéns pelo texto! Beijos!
Ibel!!!!
ResponderExcluirQue bom tê-la de volta! Acredito que renovada e mais feliz, porque novos ares sempre nos melhoram.
Sabe, tenho andado um pouco ácida, porque algumas coisas para as quais eu fazia vistas grossas estão começando a me incomodar muito.Esse texto foi um desabafo e um alerta - de mim para mim!
Beijos , querida!
Muito obrigada.
Acho que inércia é uma palavra -chave, querido AC.Some-se a ela, omissão.
ResponderExcluirConstumamos falar em consciência, como se fosse solução para alguma coisa que não está certa, mas a ação necessária sempre fica para depois.
Uma promessa...só.
palavras e pensamentos , ás vezes, necessitam se transformar em ações.
Beijos.
Querido Bruno...
ResponderExcluirMeu modo de ser tem muito a ver com o seu. Aquela solidão existencial que você cantou como sendo sua, me pertence também. E por exclusiva escolha.
Introspecção é uma viagem - sabemos de onde partimos, mas não onde chegar. Como diria Guimarães Rosa : "Viver é muito perigoso!"
Beijos.
Querida amiga
ResponderExcluirBote tristeza nesse tal de não acontecer.... ai, Gizelda, vocÊ sabe realmente me desassossegar em segundos...tomara que eu não me recupere nunca...
obrigada!
Thaís querida...
ResponderExcluirSer promessa ...quer coisa mais infeliz? Promessa é só uma projeção de algo que nunca se realiza.Acontecer... este deve ser o verbo.
beijo.