domingo, 24 de junho de 2012

Nossa alma deseja o absoluto.



“Em todos nós, no mais profundo da alma, há uma subterrânea inquietação, o desejo daquilo que parece sempre escapar-nos, a dor por qualquer coisa que não sabemos bem o que seja.

Até quando estamos apaixonados e somos correspondidos, no momento em que nos vamos embora ou o nosso amado parte, mesmo numa separação breve, aquele sofrimento profundo reaparece. Por vezes reaparece até num momento de felicidade porque aquela felicidade se nos revela fugaz.

Nós olhamos para o céu, um pequeno pedaço de céu azul, como que para concentrar nele toda a nossa felicidade e sentimos tristeza porque poderemos recordar aquele céu mas não podemos prolongar esse instante. Experimentamos este sofrimento à noite, sem motivo, de manhã ao acordar sem saber porquê.

A nossa alma está construída para desejar algo absoluto e, portanto, inefável e inacessível. Quando estamos ocupados não nos apercebemos disso (…) mas toda a nossa vontade está orientada para a meta e é ela que se ilumina com aquilo que procuramos sempre…”


Francesco Alberoni in “A árvore da vida”


Talvez seja esse o nosso destino : procurar infinitamente algo que não sabemos o que é . No cotidiano nos deparamos com " pequenas felicidades certas", que não nos satisfazem, porque passamos a vida em busca da grande felicidade.E,se ela surge, não sabemos reconhecê-la.

A alma deseja o absoluto... e, por falta dele, permanece vazia.

Um comentário:

  1. Gizelda,
    A forma como selecciona os temas das suas postagens é de mestre. Impossível fugir à sua pertinência, todos temos que passar por lá. Pelo menos os que não usam palas.
    Obrigado, sempre!

    Beijo :)

    ResponderExcluir