sexta-feira, 18 de março de 2011
Voltando prá casa...
Dispersão
Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto,
E hoje, quando me sinto.
É com saudades de mim.
Passei pela minha vida
Um astro doido a sonhar.
Na ânsia de ultrapassar,
Nem dei pela minha vida...
Para mim é sempre ontem,
Não tenho amanhã nem hoje:
O tempo que aos outros foge
Cai sobre mim feito ontem.
Mário de Sá Carneiro
Nenhum texto que eu conheça tem, nesse momento, maior ou melhor profundidade para expressar o que sou , hoje.
Desassossegada? Sim, muito...sempre. Mas,ultimamente desencantada. Explico-me : sou movida a paixão. Não sei ser pela metade. Gosto muito ou desgosto tudo. Nada aos pedaços me preenche. Preciso de tudo , porque a inquietação que vive em mim é vazio ,sempre quer muito. Mais.
Ando fragmentada. E não me sei assim.
Tenho vivido um sentimento de urgência como se tivesse que resolver tudo com o que não pactuo, depressa e já. E, claro, a impotência é flagrante. Colho fragmentos de inteiros desejados – tão claros na minha essência- e isso me deixa à mercê de um melancolia que não aceito , não sei como conviver com ela. Tenho urgência. O tempo me escapa.O único modo de detê-lo é sendo. Inteira.
Felizmente, estou “voltando pra casa”, depois de uma providencial ausência de alguns dias (12)que me pareceram anos. O escuro passou, mas ainda estou cinza. Quero cor...amarelo profundo.
Ao abrir essa porta, no entanto , senti presenças . Encantadoramente, um blog permite isso e muito mais. Por isso , voltei. Quero estar aqui...até juntar todos os pedaços.Todas as pessoas .
Quero estar aqui inteira, a mesa posta, o coração aberto e receber de novo as pessoas queridas que pousam e as que passam. A energia que alimenta. E me recompõe.
O mundo das palavras é o meu mundo, mesmo escrito por outros e lido em silêncio.
A Casa do Desassossego reabre sua porta para muitas festas, que só serão completas enquanto vocês, meus amigos, ocuparem todos os espaços.
Saudades
Essa é a MINHA música. Desde que a ouvi pela primeira vez. Mercury e Caballé / Barcelona./1992
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É com um nó na garganta que entro no sábado. Pensando. Hoje acordei e logo pensei, preciso ir no seu blog... terá algo para eu ler... e... adivinha... tava lá. Obrigado. Sem palavras
ResponderExcluirLindo Gizelda! Como sempre perfeita! A profundidade de suas palavras empregnadas de sentimentos encantam e emocionam... Adoro vir aqui! Bjusss
ResponderExcluirBruno, querido...
ResponderExcluirAcho que ondas de afeto e identidade se propagam. Não quero um explicação racional , nem científica.
Só a certeza de que existem...e é bom.
Beijos.
Querida Zélia...
ResponderExcluirAdorei suas palavras , mas sobretudo sua presença.
Cheguei àquela idade em que estou pequena para guardar o que tenho e grande para espalhar o que ainda preciso se.
Difícil...acredite!
Beijos. Volte sempre.
Gizelda,
ResponderExcluirÉ tão bom reencontrá-la. Embora a conheça há muito pouco, sinto já uma empatia muito grande e genuína.
Nas suas palavras, leio o mesmo desassossego que, em mim, pressinto já como uma marca para a vida.
E, na irmandade de uma alma inquieta, aqui deixo um beijinho e uma palavra de gratidão
Giselda nem vou comentar, mas chorei, volte sempre pra casa
ResponderExcluirbjs
Elisabete,querida...
ResponderExcluirO espaço parece vazio...só parece. Quando sabemos utilizá-lo ele se presta a mil coisas que poderão ser perfeitas e doces.
A internet é uma delas e , por aqui, a blogosfera.A gente não se conhece pessoalmente , mas se pressente e daí a empatia,
Muiiiiittoo Bom, mesmo.
Beijinho, querida.
Querida Jeni...
ResponderExcluirAdorei sua presença, mas não suas lágrimas. O texto é para impedir-me de chorar, porque quando as palavras falam, as lágrimas secam.
Acho que fazer um balanço no limiar da vida não é fácil e é cotidiano. Daí , extravasa.
Beijos. Obrigada,
nós somos tão iguais no sentir!
ResponderExcluiressa urgência que tu sentes, sinto-a eu também,e tu sabes em parte o porquê...o verbo esperar para mim é tortura, apesar dos inúmeros exercícios de meditação que faço.
mas vim aqui desejar-te um bom retorno.
beijo, querida e votos de que a festa dure!
Perder-se dentro dos próprio labirintos e depois encontrar-se pelos fios de Ariadne...
ResponderExcluirQuanto ao desassossego, bem Fernando Pessoa fez grandes descobertas no meio dos desassossegos que o rondavam.
Um grande abraço
Amada amiga, você não está só nessa inquietude, nessa falta de tudo... Sua palavras me vestem com perfeição... Ah minha amiga, estou perdida em um labirinto, onde todas as portas que encontro levam à um abismo...
ResponderExcluirAmada minha, perdoe-me pela demora em vir te abraçar em sua triunfal e muito bem vinda volta... É que estou tendo problemas com a conexão de internet aqui, e não tem sido possível visitar e comentar meus amigos tão queridos... Mas saiba que te amo, e jamais me esqueço de ti, viu?
Então sinta minha alma abraçar a tua, e receba meu carinho... Bjsss
Ah..eu também voltei...estava com uma saudade imensa e desassossegada de você e das suas palavras...e como sempre, eu me achei nas suas sensações e sentimentos! parece eu me entendo, entendendo você! obrigada por tudo sempre...ainda quero te ver ao vivo de novo! com aquele abraço que eu lembro que só você sabe dar! e vamos ser inteiras, juntas! amo! beijos da sua fã!
ResponderExcluirGizelda, cá estou eu a ocupar o meu cantinho nesta sua acolhedora casinha!
ResponderExcluirBjo