sábado, 4 de setembro de 2010
Apenas...escolhas.
Estou só...
Minha parceira de vida – e de vôo - viajou nesse final de semana. Cíntia,8 anos e 9 meses de uma existência mágica tornaram -na o meu “vale a pena”. Fiquei vazia de vozes, de ruídos,de sorrisos, de beijos estalados, mas repleta de lembranças que teimam em permanecer.
Pairo sobre o que fui e que sou com um poder (?) oco de observar algo que não consigo explicar, nem mudar.
Dói.
E dói muito.
A consciência de que tudo, desde a primeira vez, não passou de uma escolha, torna-me perplexa e pequena.
Tenho e tive o que escolhi.
Não mais. Não menos.
Ir por ali e não por aqui,os caminhos se abrindo (...ou se fechando?) na fluidez do tempo que não me permitiu voltar.
Ou parar.
Não há balanço.Nem julgamento.
Não sei o bem ou o mal.
Não há estrutura emocional para avaliar estragos, nem para dosar sucesso, se algum houve.
Do infinito luminoso a um escuro poço sem escada.
Ou vice-e-versa.
Apenas foi.É.
Minha escala de valores contabiliza dores e alegrias com a mesma profundidade. Irreversíveis. Quase não acredito que as vivi.
Sair de mim, ver-me assim é, paradoxalmente,um soco na boca do estômago com uma rosa entre os dentes...e dói.
Gizelda, 31/03/2007
Replay...
Se essa "viagem existencial" não tivesse sido escrita ,ontem, ela o seria , hoje, com todas as palavras, vírgulas ,pontos e entrelinhas que aqui estão.
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Belíssimo, belíssimo MESMO!
ResponderExcluirFalamos a mesma linguagem, Gizelda. Por isso regresso.Com desassossego? Talvez.Mas há inquietaçõs que nos aquietam.
Voltei, para lhe dizer que não está só.
ResponderExcluirOlho para você e penso que eu poderia ter a sua coragem para ser eu mesma... ou poderia ter a sua sabedoria, se tivesse começado antes.... ou torço para que o meu coração tenha a sua capacidade de voar, daqui a alguns anos ainda...
ResponderExcluirOlho para você como uma heroína, uma querida professora, uma apaixonante amiga .
Se dói tanto aí, quer vir aqui?
Gi, você é flor! é luz, é chama!
por favor, lembre-se disso...
mil beijos!
Amiga querida e por mim muito amada,
ResponderExcluirem tantos e tantos momentos me senti
assim... Mas o que de melhor temos a
fazer nessas horas é isso que você fez,
desabafar essa dor em versos...
Querida, pelo menos de amiga, não se sinta
só, estamos aqui, e dou meu coração a ti...
Receba um abraço de aconchego e meu carinho...
Bjsss
Você é muito linda, Gizelda!
ResponderExcluirAgradeço sua visita em meu blog. Queria pegar o selo que você, tão fofamente me presenteou, mas não consegui achá-lo, talvez não cliquei no lugar certo. Se você me disser como pegá-lo,ficarei agradecida.
Amo seus posts e imprimo-os para curtir em papel e tinta.
Beijos e carinho
Querida Ibel...
ResponderExcluirAcho que faríamos uma bela dupla ao pé da mesa. As discussões iriam rolar por deliciosas horas intermináveis, porque -sim- temos muita coisa em comum.
Obrigada.É incrível a gente não conhecer uma pessoa, conhecendo-a tão bem.
beijos.
Queridíssima Thaís...gostaria mesmo de ter essa sabedoria, essa coragem com as quais você me vê.
ResponderExcluirDoce ilusão!
Eu diria ser alguém a quem a maturidade tem mostrado alguns pontos de vista diferentes daqueles que eu habitualmente via.Alguns são definitivos,foram-se; outros ainda dá para reformular.
O que dói é saber que tudo poderia ter sido muito mais fácil do que foi. Mas, ninguém pode nos ensinar isso . Só a vida. E ela só nos ensina enquanto a vivemos, daí...dói.
Beijos. Um bom fim de feriado.
Flor...
ResponderExcluirvocê não existe...impressionante o mel, a doçura de suas palavras.Sinto-me impregnada delas e quero dividir sensação com você.
Obrigada, querida, por sempre ter uma palavra especial para me dizer.
Beijos.
Querida Eloí...
ResponderExcluirque bom tê-la aqui.Obrigada pelas palavras carinhosas às quais quero devolver-lhe em dobro.
Estou feliz por você ter vindo buscar seu selo.Ele está na postagem de 21 de Agosto- Um presente especial - e me foi concedido por uma deliciosa poetisa portuguesa -JB-cujos textos são incríveis.~Ele é seu pelo seu talento e pelo seu trabalho.
Beijos querida. Volte sempre que quiser.Sinta-se em casa.
Olá Gizelda,
ResponderExcluircomo é bom ver que alguém (você) se determina, através de uma escrita tão bela, a impregnar o outro (nós, seus leitores) com uma sinceridade absoluta e fortemente contagiante.
Parabéns, adoro seu coração!
Gizelda,
ResponderExcluirAs suas palavras, pelo tom sincero e desnudado que apresentam, tocaram-me fundo. É que não é todos os dias que encontramos alguém que apresente as suas opções de vida duma forma tão simples, tão natural e, em simultâneo, tão profunda. Sim, que chegar a esta simplicidade requer uma longa travessia.
Ficaram-me, a bailar na mente, as suas últimas palavras...
"Sair de mim, ver-me assim é, paradoxalmente,um soco na boca do estômago com uma rosa entre os dentes...e dói."
Meu Deus, como isso é significativo!
Beijo :)
Boa noite, Homem de Campos...
ResponderExcluirAinda não entendi a metáfora da lanterna jorrando luz na escuridão, mas vou descobri-la, com certeza.
Por enquanto, estou feliz com sua presença aqui e com seu carinho.
Obrigada. Volte.
beijos
Meu querido AC...
ResponderExcluirSignificativas são suas palavras sobre um texto tão simples.Mesmo porque não sei desenhá-lo com
belíssimas imagens literárias, como você o faz.Bem que eu gostaria!
De uma coisa você pode ter certeza: apesar de ser complexa , na maioria das vezes, o que você vê ali sou eu mesma, simples e inteira.
beijooosss
Gizelda:
ResponderExcluirLi os comentários anteriores e concordo com eles.
quero somente deixar aqui expresso que qualquer solidão pode ser partilhada...e ainda para mais agora que podemos comunicar com quem nos identificamos mais os menos com a facilidade e a velocidade com que premimos as teclas do nosso pc.
por tudo, e tudo e tudo, deixo um beijo.
boa noite
Querida Em@...
ResponderExcluirpelos comentários, dá a impressão de que SOU solitária.Mas, eu só ESTAVA solitária , ao criar o texto.E pensando em tudo o que já vivi, conclui que nada veio ao acaso ou à revelia.
Aliás, para ninguém vem. Nós escolhemos o que vivemos e, quando não, escolhemos as atitudes que tomamos.Não há sofrimento. Só constatação.
E mais, adoro vir aqui e conversar com pessoas tão sensíveis e companheiras, como você, que não conheço já conhecendo muito.Isso é solidão povoada, o que é muito bom.
beijos. Obrigada , minha querida.