sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Vasculhando gavetas da alma.




Não foram pelas palavras em um cartão no meu presente, nem ainda por presenças gostosas aqui em casa.Não.Escrevo por mim mesma e pelas pessoas de quem eu gosto, sem motivos, nem porquês.
A gente é.
Eis aí um verbo que sobra –ser.

Não é preciso complemento.Quem disse que esse é um verbo de ligação? Quem é, simplesmente é.
É tudo. Só é.
E nós somos, portanto é muito bom usufruir do convívio entre nós. Como o verbo é superlativo, sempre sobra para os que o rodeiam, inclusive eu.

Está aí mais um ano inteiro ( quase...)para ser vivido, trabalhado,conquistado.Juntos, o nosso objetivo é o mesmo : tirar dele o néctar, o mel, a polpa, o alimento , mesmo que haja picadas, mesmo que experimentemos o amargor da casca. Tudo isso só se torna relevante quando dividimos com pessoas que passeiam em nosso coração.

Encontrei-me no “ Camelo Ancorado”, na página 55 : “folha caída, ferida, ao vento, sem rumo na vida”. Não é lindíssimo isso?De onde o Ubaldo tirou esse camelo?

Porém, por natureza, tenho certeza de que, em breve, estarei no caminho certo, mesmo sabendo que “viver é muito perigoso”(G.Rosa).
Os atalhos e desvãos fazem parte da travessia.

Não me chamo Pedro Orosio( Recado do Morro) e ninguém me avisou das emboscadas, mas tenho aprendido a realizar muito mais do que posso com heróis de ficção que me foram doados por heróis das palavras.

Nesse momento de “eu-sozinha-onde me encontrar?” garimpei entre muitos alguns versos de 25/07/69

Presença.
Como é possível alguém ausente
Se fazer presente em tanta gente?


Claro que isso tem um endereço certo! Há 40 anos essa ausência continua presença na minha vida.As belas lembranças projetam uma vida paralela que nos alimenta. Nada de rejeitar o presente, mas reconhecer que sou hoje o que o ontem fez de mim.


Em uma velha agenda : 29/02/96 ,às 9.52hs...
Poderia ter sido escrito agora, porque continuo a pensar assim após 17 anos.

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