Não conhecemos nosso destino e nem as circunstâncias interiores e exteriores que o levarão ao sucesso ou ao malogro de nossas intenções de vida. O mal não necessita de nenhuma intrepidez de caráter: multiplica-se como sombra sem fonte de luz definida.
O bem requer um esforço de sociedade e uma disposição de vontade individual tais que sua realização é sempre um ato de coragem, como, aliás, a verdadeira alegria.
A distinção entre um e outro é objeto da ética e de seus finalismos morais.
A violência é a loucura do mal e a sua banalidade, para lembrarmos Hannah Arendt, pode ser mais danosa do que todos os maus instintos juntos.
Não podemos perder nossa capacidade de indignação.
A indigência ética - para lembrar agora uma expressão de Heidegger - de nossa época é o grande desafio de nossa sociedade. Buscar arrancá-la de um relativismo absoluto no qual tudo se compreende e tudo se perdoa, sem deixá-la resvalar pela pirambeira metafísica dos universalismos místicos e racionalistas, em que tudo se explica e nada se entende, é a tarefa maior que devemos nos propor realizar.
Estudar, sob os seus mais diferentes aspectos, os mecanismos da violência é, sem dúvida, um passo importante para o seu entendimento, mas não necessariamente para o seu perdão. Um pouco de Nietzche não fará mal a ninguém!
Violência : faces e máscaras.
In O mistério da impiedade
Carlos Vogt
"Por isso Deus lhes envia a operação do erro, para que creiam na mentira, e para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade". (Tessalonicenses, 2: 11- 12).
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