terça-feira, 11 de agosto de 2009




há silêncios que me protegem e silêncios que me atormentam. outros há que me crescem rente à pele. tão desmedidamente que se ouvem. como rios fecundos em noites brancas. afagos insaciados.
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instalo-me neste silêncio navegável. íntimo e acetinado. onde não existem sombras nem margens nem estradas. só a respiração a entrecortar a luz. estendo então o mapa de todos os lugares sentidos e sem nome e deposito o coração ao largo. para afastar a influência do embalo que o embarca em falsos portos.
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e assim me solto como um barco. sem a rede protectora das palavras. o silêncio ao leme a falar como um oráculo. e eu no vício insano de decifrar sinais.


Gizelda , precisando muito de um texto como esse de Maria José Quintella.

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