sexta-feira, 15 de maio de 2009

Replay...de mim mesma.


Estou só...

Minha parceira de vida – e de vôo - viajou nesse final de semana. Cíntia,8 anos e 9 meses de uma existência mágica tornaram -na o meu “vale a pena”. Fiquei vazia de vozes, de ruídos,de sorrisos, de beijos estalados, mas repleta de lembranças que teimam em permanecer.

Pairo sobre o que fui e que sou com um poder (?) oco de observar algo que não consigo explicar, nem mudar. Dói. E dói muito.

A consciência de que tudo, desde a primeira vez, não passou de uma escolha, torna-me perplexa e pequena.

Tenho e tive o que escolhi.Não mais. Não menos.

Ir por ali e não por aqui,os caminhos se abrindo (...ou se fechando?) na fluidez do tempo que não me permitiu voltar. Ou parar.

Não há balanço.
Nem julgamento.
Não sei o bem ou o mal. Não há estrutura emocional para avaliar estragos, nem para dosar sucesso, se algum houve.Do infinito luminoso a um escuro poço sem escada. Ou vice-e-versa.Apenas foi.É.

Minha escala de valores contabiliza dores e alegrias com a mesma profundidade. Irreversíveis. Quase não acredito que as vivi.

Sair de mim, ver-me assim é, paradoxalmente, um soco na boca do estômago com uma rosa entre os dentes...e dói.

Gizelda, 31/03/2007

Em uma manhã chuvosa de outono é exatamente assim que estou me sentindo 2 anos após esse post. (Será que alguém já repetiu um post?)
Idas e voltas depois, é difícil aceitar que dentro de mim tudo está no mesmo lugar.

Um comentário:

  1. Sim!!!! já repeti um post!!!! e ao mesmo tempo que a sensação de estar sentindo ou pensando a mesma coisa, ao mesmo tempo é confortável mas angustiante! mas acho que é a nossa essência falando mais alto! é o que somos e não tem como fugir! podemos estar assim ou assado, mas nunca vamos deixar de ser! e seus "replay" vão sempre ser fantásticos! disso não tenho dúvida! até mesmo na Bíblia está escrito que é bom ouvir a mesma coisa várias vezes. E confesso que leio seus posts várias vezes e sempre lembro de uma frase: "Deve-se ler pouco e reler muito. Há uns poucos livros totais, três ou quatro, que nos salvam ou que nos perdem. É preciso relê-los, sempre e sempre, com obtusa pertinácia. E, no entanto, o leitor se desgasta, se esvai, em milhares de livros mais áridos do que três desertos." NELSON RODRIGUES

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