Esse blog tem andado abandonado, triste,vazio, talvez porque, em uma análise simplista, todo blog reflita o que vai na alma de quem o cria. E minha alma anda desencantada.
Entretanto há momentos e textos que eu quero preservar porque eles merecem ser lidos e apreciados.
Fui agraciada, ao lado de muitos colegas, com essa preciosidade.Fui às lágrimas, porque vi minha vida descortinada por alguém que ainda não a viveu.
Obrigada, Esther! Beijo.
Dia dos Professores por Esther Ferreira Alves
Meu pai acredita que minha mãe criou seus três filhos do jeito errado: eu troquei a engenharia mecânica pela filosofia, minha irmã é formada em História e meu irmão cursa biologia. O que vamos fazer da vida? Dar aula? Ser professor?
Minhas aulas de licenciatura na Faculdade de Educação reiteram a suspeita: a carreira de professor é árdua, ingrata, beira o impossível. São diretores que tolham o jeito de ser de cada professor, são pais que menosprezam e criticam o professor, são alunos que, revoltados e mal-criados, voltam-se contra a figura do professor, seja falando em aula, xingando ou, hoje em dia, até agredindo fisicamente. Professor tem que ser psicólogo de cada um e de todos, tem que ser mediador entre uma diretoria que quer notas altas no vestibular e um aluno que não sabe mais quem é e nem sabe ao menos o significado da palavra respeito, afinal de contas, é o aluno que paga o salário do professor... Professor precisa dar aula mesmo com dor nas costas, rouco e com sono atrasado porque ficou a noite corrigindo exercícios, professor precisa lidar com o pagamento baixo, o baixo status e as altas contas de livros e cursos de especialização e impostos para pagar. Tem que lidar com o olhar de pena quando as pessoas perguntam sua profissão: ah,você é professor...
Dizem que os pais têm uma vingança 'cármica' quando seus filhos têm filhos. Algo similar acontece quando nós alunos entramos na via de dar aulas. Nós fomos o aluno pentelho, que dorme e finge que não presta atenção, nós fomos o aluno puxa-saco, o que falava demais e passava bilhete na aula, nós fomos todos e cada um deles. E agora somos nós que temos que aprender a como lidar com essas pessoas. Tenho que admitir: dá vontade de desistir. Depois de toda aula de licenciatura, eu saio com a convicção que só é professor quem não é são. E aposto que todos os meus professores já chegaram no limite muitas vezes e até se arrependeram de seguir essa carreira. Alguns provavelmente optaram por outro rumo.
Por isso, agora, a admiração que eu tinha por todos os meus professores se transforma em algo de profundo respeito e quase-veneração. Eles são como heróis num palco trágico de muitas desventuras e aporias. São como semi-deuses, nascendo com uma força hercúlea e (sobre)vivendo no mundo terreno, cheio de intemperanças e lutas e desventuras. E como semi-deuses, deixam uma impressão indelével por onde passam: eu me lembro de quase todos os professores que tive, de como faziam as paredes da sala sumirem e nos transportavam para um mundo paralelo. Todos os professores que tive, tenho e hei de ter são como oleiros, manuseando um barro sem forma transformando-me num ser que parece humano. Eles são grandes responsáveis por quem sou hoje (e eu gosto de quem sou).
Agradeço a todos esses bravos heróis; que a roda da Fortuna seja agradável a todos eles. Por fim, agradeço a minha mãe: você criou seus filhos com valores e princípios, com livros e histórias e música, agradeço minha mãe, que foi nossa primeira professora. Um brinde de ambrosia a todos vocês e minha sincera gratidão.
Dedicado a:
Professora Gizelda Nogueira
Professor Diego López Silva
Professor Flávio Ribeiro
Professora Isabella Tardin Cardoso
Professor Marcos Pereira
Professor Paulo Sérgio Vasconcellos
Professora Patrícia Prata
Professor Trajano Vieira
aos PADs e PEDs que muito me ensinaram:
Quel Faustino
Lilian Costa
Carol Martins da Rocha
Felipe Weinmann
Rafael Testa
Tia Gizelda,
ResponderExcluirNão sei se você lembra de mim porque já faz muito tempo que não nos vemos fui sua aluna no 4º ano E de 2011 em Ribeirão Preto, aquela menina pequena, que vivia sentada no seu colo e você dizia que eu pensava que você era minha almofada! Te emploro, faça uma visita para nós por favor sentimos muito sua falta!
Um beijão: Isabella!
Queridas Lindas do meu coração...Claro que não as esqueci. Como poderia? Vocês tornavam minhas manhãs iluminadas e felizes. kkkkk...Isa, confessa! Acho que vc gostava do meu colo porque era macio como almofada, não é?
ExcluirMas...minha linda , eu estou morando e trabalhando em Campinas, desde janeiro de 2012 , por isso não voltei para visitá-las. Quem sabe eu ainda dou um jeitinho, não é?
Enquanto isso , pode escrever para mim no Facebook ou por e-mail ...eu sempre irei responder.
beijos, beijinhos e beijocas...e muita saudade.
Realmente! Já passaram tantas mentes por mim... umas consegui tocar, outras superaram a minha mente e outras nunca consegui chegar perto, mas a minha jornada sempre continua.
ResponderExcluirUm grande abraço!!!