segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O derradeiro mistério somos nós.



As pessoas cujo desejo é unicamente a auto realização, nunca sabem para onde se dirigem. Não podem saber. Numa das acepções da palavra, é obviamente necessário, como o oráculo grego afirmava, conhecermo-nos a nós próprios. É a primeira realização do conhecimento. Mas reconhecer que a alma de um homem é incognoscível é a maior proeza da sabedoria. O derradeiro mistério somos nós próprios. Depois de termos pesado o Sol e medido os passos da Lua e delineado minuciosamente os sete céus, estrela a estrela, restamos ainda nós próprios. Quem poderá calcular a órbita da sua própria alma?
 
Oscar Wilde, De Profundis

Há momentos tão intensos na vida que não sabemos bem se o que dói é o coração ou o cérebro. Na verdade, acho que é alma.

Um comentário:

  1. Eu gostaria de lhe sugerir a leitura do livro "A negação da morte", em especial do capítulo "o caráter humano como mentira vital". Mas, caso deseje, poderá ler o capítulo num texto que escrevi calcado sobre o seu conteúdo. Trata-se de uma resenha. Esta é a minha contribuição intertextual. O que se acha neste texto de Oscar Wilde, encontraremos reafirmado e elaborado no texto de Ernest Becker (autor do livro referido). De fato, nós nos furtamos ao autoconhecimento e é certo também que nosso Eu autêntico é imperscrutável. Ele subjaz às camadas da estrutura do caráter - que é uma couraça para lidar com a vida e evitar a consciência da verdade de nossa condição.

    Beijos!

    ResponderExcluir