quarta-feira, 4 de abril de 2012

A morte não é o final.Eu somente passei para a sala seguinte.



A morte não é tudo. Não é o final. Eu somente passei para a sala seguinte. Nada aconteceu. Tudo permanece exatamente como sempre foi. Eu sou eu, você é você, e a antiga vida que vivemos tão maravilhosamente juntos permanece intocada, imutável. O que quer que tenhamos sido um para o outro, ainda somos. Chame-me pelo antigo apelido familiar. Fale de mim da maneira como sempre fez. Não mude o tom. Não use nenhum ar solene ou de dor. Ria como sempre o fizemos das piadas que desfrutamos juntos. Brinque, sorria, pense em mim, reze por mim. 

Deixe que o meu nome seja uma palavra comum em casa, como foi. Faça com que seja falado sem esforço, sem fantasma ou sombra. A vida continua a ter o significado que sempre teve. Existe uma continuidade absoluta e inquebrável. O que é esta morte senão um acidente desprezível? Por que ficarei esquecido se estiver fora do alcance da visão? Estou simplesmente à sua espera, como num intervalo, bem próximo, na outra esquina. Está tudo bem.

September(1990)
"Setembro" (Bertrand Brasil, 16a. edição, Tradução de Angela N.Machado, pág. 450).
Rosamunde Pilcher 




Contrariando  o  modo pelo qual  eu procuro um livro, conheci Rosamund Pilcher pela capa de "Solstício de Inverno". A atração foi tamanha que não consegui ir-me embora sem ele e , não obstante suas 600 páginas, mergulhei no texto e dei cabo dele em um final de semana.De lá para cá, ela tornou-se assídua no meu mundo.Escreve sobre fatos improváveis de acontecer mas, que seriam maravilhosos se existissem.É um voo de imaginação para o autor e para o leitor que estiver disposto a acompanhá-la. Eu sempre estou...

2 comentários:

  1. Obrigada pela sugestão de leitura.

    Um beijo

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  2. Bela descrição da predisposição que a leitura pede e encontra, bom conto sem procurar ser mais que a história que se conta. Encanta! ;) Beijo

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