sábado, 19 de novembro de 2011

A alma pode sorrir.



Quando acordo em um fim de semana - como hoje - e olho através do céu azul e perfumado, a brisa fresca desafiando o dourado do sol, sinto que meu momento é aqui e agora. Dezembro está quase aí.

Recuso-me a ir aquém ou além para saborear o que sou, em que me tornei, das minhas opções e escolhas, e sei, com toda certeza possível, que há muito a fazer e conquistar e não tenho tempo suficiente  ( nem idade...) para ousada busca.

Nem de longe a vida se comportou de acordo com o que planejei  e  até agora não descobri se a conduzi ou fui conduzida por ela. Mas o que importa? O resultado é o sou e  o que tenho.

Sei também que, quando esse ímpeto cessar , terei desistido de viver. E nem de longe quero me tornar uma morta-viva.

Em minha casa, as caixas de bolas vermelhas saem dos maleiros, os tons de prata, o cheiro da tuia ainda tenra, tudo começa a tomar a cor do Natal. E o cheiro. E o clima. Não é a data, mas o envolvimento com o burburinho que me seduz. E o antes.

O  som é de Michael Bublé... e sinto um imenso prazer de estar viva . Minha alma sorri.Apesar de.

Um comentário:

  1. Embora este texto expresse um sentir-se pleno de vida, não poderia deixar de destacar um trecho que repercurtiu em meu espírito: "nem de longe a vida se comportou de acordo com o que planejei e até agora não descobri se a conduzi ou fui conduzida por ela".

    Apesar de jovem ainda, tenho essa sensação de que a vida não se afinou com a vocação de meu coração e vou vivendo com a sensação de que ainda há um vazio em mim incorrigível.

    Há duas frases de Pessoa, em o Livro do Desassossego, que gostaria de compartilhar com você, querida amiga:

    "O único modo de estarmos de acordo com a vida é estarmos em desacordo com nós próprios"

    "Pedi tão pouco à vida e esse mesmo pouco a vida me negou".

    Estas frases fazem-me verter lágrimas, mas preciso lê-las e senti-las porque, de algum modo, elas tangem a minha vida, elas me interpelam.

    Beijos!

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