quarta-feira, 11 de maio de 2011

Algumas coisas não servem mais.

A gente finge que arruma o guarda-roupa, arruma o quarto, arruma a bagunça. Tira aquele tanto de coisa que não serve, porque ocupar espaço com coisas velhas não dá. As coisas novas querem entrar, tanta coisa bonita nas lojas por aí. Mas a gente nunca tira tudo. Sempre as esconde aqui, esconde ali, finge para si mesmo que ainda serve. A gente sabe. Que tá curta, pequeno, apertado. É que a gente queria tanto. Tanto.


Acredito que arrumar a bagunça da vida é como arrumar a bagunça do quarto. Tirar tudo, rever roupas e sapatos, experimentar e ver o que ainda serve, jogar fora algumas coisas, outras separar para doação. Isso pode servir melhor para outra pessoa. Hora de deixar ir. Alguém precisa mais do que você. Se livrar. Deixar pra trás.
Algumas coisas não servem mais. Você sabe. Chega. Porque guardar roupa velha dentro da gaveta é como ocupar o coração com alguém que não lhe serve. Perda de espaço, tempo, paciência e sentimento. Tem tanta gente interessante por aí querendo entrar. Deixa. Deixa entrar: na vida, no coração, na cabeça.

Caio F.Abreu

...precisando, urgentemente, arrumar a bagunça da vida!

3 comentários:

  1. Achei uma delícia e hei-de publicar algo sobre isto, que escrevi há tempos.
    As coisas novas que entraram na minha vida, algumas delas, são um arejo de Deus.

    ResponderExcluir
  2. Amei...e vou arrumar tempo p/ fazer umas arrumações tbem!!!!

    ResponderExcluir
  3. Gizelda, este post lembrou-me o poema abaixo.
    Abçs
    Drica


    “Sou entre flor e nuvem,
    estrela e mar.
    Por que havemos de ser unicamente humanos,
    limitados em chorar?

    Não encontro caminhos
    fáceis de andar.
    Meu rosto vário desorienta as firmes pedras
    que não sabem de água e de ar.

    E por isso levito.
    É bom deixar
    um pouco de ternura e encanto indiferente
    de herança, em cada lugar.

    Rastro de flor e de estrela,
    nuvem e mar.
    Meu destino é mais longe e meu passo mais rápido:
    a sombra é que vai devagar. ”

    Cecília Meireles

    ResponderExcluir