terça-feira, 29 de março de 2011

Valores morais não estão à venda.


O que move o homem  em direção à sua plenitude são os valores que ele cultiva  e nos quais transita fiel no decorrer de sua jornada. Obviamente, mudanças, imprevistos ocorrem , mas somos maleáveis o suficiente  para nos moldarmos às transformações  sem  que se perca nossa dignidade. Afinal, somos seres humanos, sensíveis , sim, mas racionais.Transgredir valores morais conspurca a alma, destrói o ego.
 Quando algo, seja contextual, seja interior ,quebra nossa convicção , e obriga-nos a ter consciência, é hora de atitude e de ação.
Consequências? Virão aos borbotões...mas serão menores do que o vazio , suportáveis quando estamos “ limpos” e em paz.

Conviver em e com uma sociedade de valores transitórios é tristíssimo, mas muito pior é aceitar dobrar-se a ela. Não quero isso para mim.Definitivamente. A juventude é poderosa, mas a maturidade nos dá chance de balanço, de pesar o que aprendemos e como  ( e se queremos...)colocar em prática.

Ninguém é suficientemente sábio para para se declarar dono da verdade, mas para escolher o que quer para si, sem dúvida.Isso é questão de princípios.Por isso...

... eu tivesse algum poder , hoje, gostaria de dizer com pompa e circunstância :

“ Parem o mundo que eu quero descer.”


Como essa possibilidade inexiste, é hora de escolher.

quinta-feira, 24 de março de 2011

…o único afrodisíaco verdadeiramente infalível é o amor. Será?!!!


“…o único afrodisíaco verdadeiramente infalível é o amor. Nada consegue deter a paixão acesa de duas pessoas apaixonadas. Neste caso não importam os achaques da existência, o furor dos anos, o envelhecimento físico ou a mesquinhez das oportunidades; os amantes dão um jeito de se amarem porque, por definição, esse é o seu destino.”

“Afrodite: Contos, Receitas e Outros Afrodisíacos”
Isabel Allende


Credita-se ao amor a força de uma panacéia milagrosa capaz de curar todos os males e resolver intrincados problemas que se infiltram na alma. Não me parece real.Há dores e medos , e tantas outras dimensões do nosso psiquismo que precisam de muito mais do que só amor. Apegar-se a ele como solução é um sério risco.Mais um dentre os que corremos , cotidianamente. 
Perdõe-me, Isabel Allende, de quem sou leitora voraz e encantada,mas permito-me discordar de si.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Voltando prá casa...



Dispersão


Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto,
E hoje, quando me sinto.
É com saudades de mim.

Passei pela minha vida
Um astro doido a sonhar.
Na ânsia de ultrapassar,
Nem dei pela minha vida...

Para mim é sempre ontem,
Não tenho amanhã nem hoje:
O tempo que aos outros foge
Cai sobre mim feito ontem.
                                Mário de Sá Carneiro

Nenhum texto que eu conheça tem, nesse momento, maior ou melhor profundidade para expressar o que sou , hoje.

Desassossegada? Sim, muito...sempre. Mas,ultimamente desencantada. Explico-me : sou movida a paixão. Não sei ser pela metade. Gosto muito ou desgosto tudo. Nada aos pedaços me preenche. Preciso de tudo , porque a inquietação que vive em mim é vazio ,sempre quer muito. Mais.

Ando fragmentada. E não  me sei assim.
Tenho vivido um sentimento de urgência como se tivesse que resolver tudo com o que não pactuo, depressa e já. E, claro, a impotência é flagrante. Colho fragmentos de inteiros desejados – tão claros na minha essência- e isso me deixa à mercê de um melancolia que não aceito , não sei como conviver com ela. Tenho urgência. O tempo me escapa.O único modo de detê-lo é sendo. Inteira.

Felizmente, estou “voltando pra casa”, depois de uma providencial ausência de alguns dias (12)que me pareceram anos. O escuro passou, mas ainda estou cinza. Quero cor...amarelo profundo.

Ao abrir essa porta, no entanto , senti presenças . Encantadoramente, um blog permite isso e muito mais. Por isso , voltei. Quero estar aqui...até juntar todos os pedaços.Todas as pessoas .

Quero estar aqui inteira, a mesa posta, o coração aberto e receber de novo as pessoas queridas que pousam e as que passam. A energia que alimenta. E me recompõe.

O mundo das palavras é o meu mundo, mesmo escrito por outros e lido em silêncio.

A Casa do Desassossego reabre sua porta para muitas festas, que só serão completas enquanto vocês, meus amigos, ocuparem todos os espaços.
Saudades


Essa é a MINHA música. Desde que a ouvi pela primeira vez. Mercury e Caballé / Barcelona./1992

domingo, 6 de março de 2011

Ciúmes...um desvario.

 “Como ciumento sofro quatro vezes: porque sou ciumento, porque me reprovo de sê-lo, porque temo que meu ciúme machuque o outro, porque me deixo dominar por uma banalidade: sofro por ser excluído, por ser agressivo, por ser louco e principalmente por ser comum."

Roland Barthes

Há muito tempo atrás...



Saudade profunda de uma certa noite em um clube de campo, onde havia ternura, amor,presenças afetivas...Ah! minha vida! tenho muito o que lembrar de um tempo que se foi, mas ficou marcado a ferro e fogo na minha alma e na minha memória.

Doces carnavais de ontem!