sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

2011 será o que você fizer dele! Seja feliz!



Epitáfio /Titãs


Que em 2011 a gente trabalhe menos, complique menos a vida,ame mais,se arrisque mais,veja o sol se por vezes sem conta e viva de amor!


A todos que por aqui passaram em 2010 e os que passarão em 2011...
Muitos beijos e Happy New Year!!!!!!!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Feliz Natal!



A todos os meu amigos ,


aos mais próximos,
aos mais distantes,
aos velhos,
aos novos,
aos presentes ,
aos ausentes...

a àqueles que , anonimamente, por aqui passaram, marcando em números sua presença silenciosa...

Queridos...que o verdadeiro Natal esteja dentro de nós .

...que possamos amar mais e melhor,sem egoísmo e com despreendimento, a família, os amigos ,mas , sobretudo, aqueles que mais necessitam de carinho e amor.

Um beijo profundo  ...e...Feliz Natal!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O sabor da memória.


As bolas vermelhas brilham faiscantes na imensa árvore artificial. O silêncio é quebrado pelo rumor da minha memória.Ela me vem através de gosto e cheiro...o perfume do cipreste do Natal da minha infância. O gosto do bolo xadrez depois da Missa do Galo....o vinho adocicado e brilhante na taça translúcida em cima da toalha adamascada.

Estranho que tanto tempo se tenha passado. Uma vida. No entanto, aí está com a nitidez de algo que nunca vai se apagar.Os natais da minha infância eram feitos de dezenas de presépios que se multiplicavam em cores e luzes nas casas abertas de amigos.Presentes raros e parcos, presenças fartas ,doces e preciosas. E família, amigos,sonhos...tantos.
Na cama,desde cedo,vestido e sapatos novos que eu não me cansava de olhar.Tocá-los era puro prazer. Quanto disso eu percebia na época? Muito.
Tenho certeza agora de que aquela inefável sensação de alegria existia real dentro de mim. E ficou para sempre intocada em algum lugar que não sei qual é.
O surpreendente é que a recobrei hoje , não sem muita nostalgia.Fiquei muito tempo mergulhada em um tempo que se foi ,mas ficou.Estendo a mão para tocá-lo. Mas não há.
O perfume do cipreste e o gosto do bolo , no entanto,estão vivos, vivíssimos.Sinto- os com todos os meus sentidos em todas as suas nuances.
Eles se chamam SAUDADE.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Preste atenção nos sinais...


Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.


Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você esta esperando desde o dia em que nasceu.


Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.


Se o primeiro e o ultimo pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente divino - o amor.


Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.


Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lagrimas e enxuga-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.


Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela tivesse ali do seu lado...


Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...


Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que esta marcado para a noite...


Se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...


Se você tiver a certeza que vai ver a outra envelhecendo e, mesmo assim,tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela...


Se você preferir morrer, antes de ver a outra partindo : é o amor que chegou na sua vida. É uma dádiva. Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Ou as vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixa-lo acontecer verdadeiramente.


Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR...

O amor segundo Drummond.



Paixões nascem e morrem, mas o amor verdadeiro vem para ficar. Você já encontrou um amor assim?

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Voz numa pedra.

Não adoro o passado

não sou três vezes mestre
não combinei nada com as furnas
não é para isso que eu cá ando
decerto vi Osíris porém chamava-se ele nessa altura Luiz
decerto fui com Isis mas disse-lhe eu que me chamava João
nenhuma nenhuma palavra está completa
nem mesmo em alemão que as tem tão grandes
assim também eu nunca te direi o que sei
a não ser pelo arco em flecha negro e azul do vento


Não digo como o outro: sei que não sei nada
sei muito bem que soube sempre umas coisas
que isso pesa
que lanço os turbilhões e vejo o arco íris
acreditando ser ele o agente supremo
do coração do mundo
vaso de liberdade expurgada do menstruo
rosa viva diante dos nossos olhos
Ainda longe longe essa cidade futura
onde «a poesia não mais ritmará a ação
porque caminhará adiante dela»
 Os pregadores de morte vão acabar?
Os segadores do amor vão acabar?
A tortura dos olhos vai acabar?
Passa-me então aquele canivete
porque há imenso que começar a podar
passa não me olhas como se olha um bruxo
detentor do milagre da verdade
a machadada e o propósito de não sacrificar-se não construirão ao sol coisa nenhuma
nada está escrito afinal

Mário Cesariny


O que é o milagre da verdade? Onde está?E quem o detém?

domingo, 5 de dezembro de 2010

Drummond ,um alumbramento.

NOITE
Há tantas coisas germinando na noite, que nem sei como enumerá-las. À noite nascem as revoluções tanto as que vão triunfar como as que só se realizam em pensamento, e são quase todas. Os revolucionários viram-se, inquietos, na cama. E também os que se converterão, pela manhã, a religiões novas. E os amorosos. Análises emocionais levadas ao extremo da tortura arrastam-se pela horas lentas da noite. Como a noite é rica! A noite é o tempo de não dormir; é o de velar e procurar; de criar mundos.

Demétrio quis prolongar a noite obturando todas as frestas do quarto, para que não entrasse a luz. Luz não entrou. Demétrio gozou da noite plena, continuada, e todos os pensamentos lhe floresciam. Construiu sistemas filosóficos. A escuridão era propícia a teorias políticas. Nenhum crítico foi mais perspicaz do que Demétrio, na literatura e nas artes. Aquela noite era fantástica. Demétrio quis experimentar as sensações de horror, êxtase, humilhação, glória, poder e morte. Morreu, mesmo no escuro. Tendo sentido a morte em seu interior físico, não pôde mais tirá-la de si. É o único morto, conscientemente morto, de que já ouvi falar nesta vida. A noite é fantástica.

Contos Plausíveis, (1992): Poesia e Prosa, Rio de Janeiro: Aguilar, pg. 1240´
Carlos Drummond de Andrade


O SOBREVIVENTE
Impossível compor um poema a essa altura da evolução da humanidade.
Impossível escrever um poema - uma linha que seja - de verdadeira poesia.
O último trovador morreu em 1914.
Tinha um nome de que ninguém se lembra mais.

Há máquinas terrivelmente complicadas para as necessidades mais simples.
Se quer fumar um charuto aperte um botão.
Paletós abotoam-se por eletricidade.
Amor se faz pelo sem-fio.
Não precisa estômago para digestão.
Um sábio declarou a O Jornal que ainda falta
muito para atingirmos um nível razoável de
cultura. Mas até lá, felizmente, estarei morto.

Os homens não melhoram
e matam-se como percevejos.
Os percevejos heróicos renascem.
Inabitável, o mundo é cada vez mais habitado.
E se os olhos reaprendessem a chorar seria um segundo dilúvio.
(Desconfio que escrevi um poema.)


Drummond por ele mesmo:
— A crônica eu faço profissionalmente, porque preciso ganhar dinheiro. O jornal me paga, então eu debulho aquilo como uma coisa até meio mecânica. Uma vez ou outra é que me sinto assim com mais prazer; fora disso, faço aquilo por obrigação. Não é uma obrigação tediosa porque procuro fazer corretamente, para não chatear demais o leitor. Mas sinto que às vezes chateia, porque aparecem reações. Um sujeito me escreveu de São Paulo, sem se identificar, dizendo: “Pára de escrever ‘O avesso das coisas’, você está muito chato!”. Eu recebo isso com humildade, é um direito do leitor, que comprou o jornal e não gostou daquilo. Já o professor Idel Becker, que é autor de um dicionário espanhol–português, ficou entusiasmado, mandou os recortes pra um amigo latino-americano, ele achou as máximas formidáveis, melhores que as de Ramón Gómez de la Serna. Só que Ramón Gómez de la Serna não tem boas máximas, ser melhor do que ele não é grande coisa, não… Mas eu escrevo prosa por obrigação. Meu tesão, mesmo, é a poesia.


In Drummond: a lição do poeta. Teresina, Corisco, 2002:

Foi acidental...Passeando pela Net ,encontrei alguns textos de Drummond que não são usuais na coletânea  que todos conhecem. Não são menores , nem melhores que os demais. São Drummond, um universo poético em prosa e verso que dispensa  apresentação. São apenas "escondidos", porque não divulgados.
Poderia ter publicado um e seguido adiante, afinal há um acervo literário riquíssimo a ser desvendado.Mas...não consegui.Quanto mais enveredo pelos caminhos de Drummond, mais quero permanecer ali.Um homem tímido,doce,APARENTEMENTE insignificante,um gigante em sensibilidade e talento para escrever.Ele se foi, sem nunca ter ido.


Ele escreveu prosa para ganhar dinheiro, e poesia por tesão. Essa é a opinião DELE...e a sua?

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A Falsa Eternidade.

O verbo prorrogar entrou em pleno vigor, e não só se prorrogaram os mandatos como o vencimento de dívidas e dos compromissos de toda sorte. Tudo passou a existir além do tempo estabelecido. Em consequência não havia mais tempo.


Então suprimiram-se os relógios, as agendas e os calendários. Foi eliminado o ensino de História para que História? Se tudo era a mesma coisa, sem perspectiva de mudança.


A duração normal da vida também foi prorrogada e, porque a morte deixasse de existir, proclamou-se que tudo entrava no regime de eternidade. Aí começou a chover, e a eternidade se mostrou encharcada e lúgubre. E o seria para sempre, mas não foi. Um mecânico que se entediava em demasia com a eternidade aquática inventou um dispositivo para não se molhar. Causou a maior admiração e começou a receber inúmeras encomendas. A chuva foi neutralizada e, por falta de objetivo, cessou. Todas as formas de duração infinita foram cessando igualmente.


Certa manhã, tornou-se irrefutável que a vida voltara ao signo do provisório e do contingente. Eram observados outra vez prazos, limites. Tudo refloresceu. O filósofo concluiu que não se deve plagiar a eternidade.

Contos Plausíveis, in Andrade, C. D. (1992): Poesia e Prosa, Rio de Janeiro: Aguilar, pg. 1233.

 
 
Falar mais o quê? Drummond total.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Obrigada!


Inacreditável! Um blog que começou despretensiosamente só " para salvar uma crônica sentimental" recebeu 50.000 visitas  em 4 anos. Visitas são PESSOAS. É muito. Mesmo.E é lindo.

Obrigadaaaaaa! A todos que por aqui passaram de qualquer maneira,silenciosa ou explicitamente,tornando-se cúmplices de uma parte significativa do que foi e é minha vida.

beijos e beijos.


Felicidade se acha é em horinhas de descuido

Guimarães Rosa