quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A seriedade não é uma virtude.






A gente “se fixa” numa espécie de seriedade egoísta; mas é preciso erguer-se para um alegre esquecimento de si mesmo. Um homem “se afunda” num escritório marrom; mas ele tenta alcançar um céu azul. A seriedade não é uma virtude. Seria uma heresia, mas uma heresia muito mais sensata, dizer que a seriedade é um vício. É na verdade um lapso ou tendência natural a levar-se muito a sério, porque é a coisa mais fácil de fazer. Pois a solenidade flui dos homens naturalmente; mas o riso é um salto. É fácil ser pesado, é difícil ser leve.”

G.K. Chesterton em Ortodoxia

Talvez esteja em "levar-se a sério" uma das grandes angústias do século.A falta de humor no cotidiano, seja em relação a nós próprios ou ao contexto em que vivemos,faz com que não tenhamos leveza para
administrar  a vida. Sem dúvida, é mais fácil ser pesado!E mais doído , também...

20 comentários:

  1. Oi, Gizelda!
    Engraçado, ontem ouvi de uma amiga que ela toma Prozac há mais de dez anos, para o mundo descolar um pouco da pele...
    Na hora eu ri, mas pensando no seu texto, acho que essa seriedade de levar a realidade ao pé da letra sufoca o homem em suas emoções.
    Há de se levar a vida com mais leveza...
    Bj

    ResponderExcluir
  2. Que enfado ser pesado com o charuto preguiçoso numa cadeira anafada.Melhor é o pé descalço na areia ou na terra, com um cantar de galo e um badalar de sino; melhor é a gargalhada espontânea de quem não está sempre a ver-se ao espelho dos outros.Ah, como a sociedade é uma maçada, Gizelda, um palco fastidioso cujo fim são quatro tábuas.
    Vamo-nos rindo por aqui, não é?

    ResponderExcluir
  3. Oi, Vamn...

    Parece brincadeira, não é?
    Mas, há alguns anos, afirmar que existia uma vinculação direta entre o humor e a boa saúde era quase uma heresia para a ciência. Hoje, a medicina em geral e a psiquiatria, em particular, estudam muito a importância do bom humor, dos bons sentimentos e da afetividade sadia na qualidade de vida e na saúde global da pessoa.

    Por isso, com ou sem Prozac,devemos praticar o exercício do bom humor.Como? Bem...esse é outro problema...rs

    Beijo.

    ResponderExcluir
  4. Temos que rir, Ibel...

    Os humores costumam ser contagiosos. Podem melhorar ou piorar as pessoas em volta.Sendo assim,se nos cercarmos de pessoas risonhas ,tão mais leves ficaremos e- por consequência- torna-se mais fácil (con)viver.

    beijos

    ResponderExcluir
  5. levar a serio acho diferente de seriedade, esta me passa um peso sim.

    ResponderExcluir
  6. O riso é o melhor Prozac que podemos tomar. sou apologista da risoterapia,a 100%. dizer um disparate ou começar simplesmente a rir de mós ou de uma porcaria qualquer, imaginar isto ou aquilo e assim deixar tudo e todos virarem um carrossel de riso. pode parecer disparate mas que o clima depois fica muito mais leve, fica.eu tento rir muito, costumo telefonar a uns amigos/as e convidá-los para rir, como se os convidasse para tomar um copo. São bocados de tempo de autêntico disparate mas que fazem muito bem à alma.
    mas isto não quer dizer que não chore também...
    beijo , Gizelda.

    ResponderExcluir
  7. Amiga esse texto é verdadeiro e muito reflexivo! Obrigada por compartilhar... Carinhos meus a ti... Bjsss

    ResponderExcluir
  8. Gi querida!
    Há tempos tenho me policiado pra ser mais leve.
    Uma vez vi uma entrevista da Maria Rita; ela dizia que teve muito pouco contato com a mãe, Elis. Mas que a mãe a deixou uma carta, e nela dizia que queria que a filha fosse leve. Conselho sábio!
    Vamos atras da leveza então ;)
    um beijo pra ti.
    carinho, Tati

    ResponderExcluir
  9. so sad...

    Acho que o peso da seriedade é muito para ser carregado, mas estamos tão acostumados a fazê-lo que nem nos apercebemos decomo poderiamos ser mais felizes, se mais leves.

    Muito obrgada pela sua presença.
    beijo.

    ResponderExcluir
  10. Em@...

    que delícia privar do seu convívio!
    Isso é algo que me ocorre às vezes, mas ainda carrego um pouco do peso da vida em situações que poderiam se resolver de modo muito mais leve,se eu as encarrasse assim.
    Acho que postei esse texto para eu mesma refletir um pouco mais.

    beijos, querida.

    ResponderExcluir
  11. Obrigada, Flor...

    Você sempre será bem-vinda aqui.

    beijo.

    ResponderExcluir
  12. Tati, querida.

    Que bom tê-la aqui e...você referiu-se a ir atrás da leveza "com tanta leveza" que fiquei me perguntando porque acho tão difícil ser leve.

    Felizmente, é um exercício que se pode fazer a qualquer tempo...logo vamos tranformar a vida em pluma.

    beijo.

    ResponderExcluir
  13. Gizelda,

    É interessante esta seriedade... Creio que vivo um pouco na intensidade (demasiado intensa) ora do riso ora da seriedade.
    Gosto de rir (por tudo e por nada, do mais natural e do mais insólito), rio-me de mim, claro que sim, mas principalmente gosto muito de fazer rir os outros... Adoro a gargalhada espontânea que nos desarma a seriedade do rosto e se espraia pelo corpo...
    Gosto muito de ler na cumplicidade de um sorriso... é hilariante essa leveza de que fala.

    Que bela risoterapia, Gizelda!

    Beijos :) :) :)

    ResponderExcluir
  14. desde quando comei a ler-la senti uma alma muito sensível e sabia beijos querida

    ResponderExcluir
  15. JB...

    Nem por um momento duvido da intensidade com que você vive, porque seus versos transbordam isso com uma clareza impar.

    Essa leveza de rir-se de si, da vida, do cotidiano, enfim é , no mínimo , maravilhosa.Deixa-a mais encantadora do que já é.

    beijos.

    ResponderExcluir
  16. Querida Natália...

    ...que bom que você voltou.

    Beijos. E obrigada.

    ResponderExcluir
  17. Ser "leve" de facto dá trabalho,mas se nos habituarmos poderemos verificar que vale a pena.

    Um beijo

    L.B.

    ResponderExcluir
  18. Oi, Lídia...

    Se o mundo conseguisse habituar-se à leveza, sem dúvida, seríamos melhores e mais felizes.
    Parece, no entanto, que ,em época de sentimentos descartáveis, ninguém se esforça muito, não é?

    beijos, querida.

    ResponderExcluir
  19. Oi, Gizelda.... esse texto vai fundo em mim .... "estou farta do lirismo comedido e da minha própria imprudência em não me medir ..." e quando meço o tamanho da minha mágoa .... ah, minha cara, nem prozac... nem riso... só uma noite sem beijos, uma estrada às vezes tão tão difícil... mas vale ler o que vc me faz enxergar sempre .... rs , vc é brilhante, torna-se minha bússola...quando insisto em me cegar... infelizmente, infelizmente...
    Desassossegadamente vou ler Drummond... e que Deus me ajude ....
    mil beijos

    ResponderExcluir
  20. Querida Thaís...

    se palavras resolvessem problemas , você não os teria, porque se entrega a elas de uma maneira comovente.

    ...Embora você leia Drummond,uma dádiva, a resposta para sua mágoa não está nele,você sabe.

    Um dia, isso vai passar, você também sabe.

    Beijos.

    ResponderExcluir