quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A cada um cabe a sua solidão.




Quanto mais ando a procura de gente mais me encontro sozinho no vago...
e eu nem sabia mais o montante que queria, nem aonde eu extenso ia...
mas talvez o que sentia, Solidão


Guimarães Rosa


"Como se comporta sua solidão? Esta pergunta tem mil respostas. Em que recanto da alma, em que recanto do coração, em que lugar do espírito, um grande solitário está só, bem só? Só? Fechado ou consolado? Em que refúgio, em que cubículo, o poeta é realmente um solitário? E quando tudo muda também segundo o humor do céu e a cor dos devaneios, cada impressão de solidão de um grande solitário deve achar sua imagem (...) Um homem solitário, na glória de ser só, acredita ás vezes pode dizer o que é a solidão. Mas a cada um cabe uma solidão (...) As causas da sua solidão não serão nunca as causas da minha". E conclui: "A solidão não tem história" .

Bachelard

4 comentários:

  1. Texto belo, sábio, e muito reflexivo! Amei!
    plausos a ti!!! Carinhos meus pra você... Bjsss

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  2. Gizelda,

    Ai, ai, um tema que me dói. Mentiria se dissesse que me passa ao lado.
    Às vezes, é a solidão que me faz companhia, por isso não posso dizer que tudo o que me traz é mau, sendo cúmplice e ouvinte do meu estado de espírito. Outras vezes, preciso dela para sossegar a alma,se calhar para ver que afinal não gosto de estar só...
    Acho que todos precisamos da solidão... na "quantidade certa"?!

    Mas onde quer que se esconda está sempre por aqui, à espreita, alimentando-se dos meus pensamentos, dos meus sentires...

    "A solidão não tem história" ...acho que há uma história em cada solidão e talvez tenha demasiadas para contar!

    Muitos beijos, Gizelda!
    Até a canção me fez companhia! :)

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  3. Querida Flor...

    Fiquei muito feliz com sua presença e o com o fato de ter gostado dos textos.

    Acho que ando muito introspectiva...gostaria de ser diferente, mas minha vida é mesmo "para dentro".

    Beijo.

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  4. JB...

    Acho que se tivesse coragem , poderia escrever um livro só para falar de solidão, talvez na maioria das páginas falaria sobre a minha.

    Em princípio foi contingência de acontecimentos, depois ela foi me tomando devagarinho e , hoje, gosto muito de estar só. Isto é, comigo mesma.Não é solidão-vazio, nem mesmo solidão sofrida.Quando saio do burburinho, só abro a guarda para pessoas de quem eu gosto muito, caso contrário o silêncio , para mim, é uma música que toca alto e me toca.

    Beijos, querida.

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