quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.



Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante do que a velocidade.

Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa. Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com cuidado. Tome outro ônibus. Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.

Veja o mundo de outras perspectivas. Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma no outro lado da cama... depois, procure dormir em outras camas. Assista a outros programas de tv, compre outro jornais...leia livros. Viva outros romances.

Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo. Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua. Corrija a postura. Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.

Tente o novo todo dia. O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor, a nova vida. Tente. Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações. Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria. Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa. Escolha outro mercado...outra marca de sabonete, outro creme dental...tome banho em novos horários. Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares.

Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes. Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias. Jogue fora os velhos relógios. Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.

Mude. Lembre-se de que a Vida é uma só. Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo Experimente coisas novas. Troque novamente Mude de novo, experimente outra vez. Você certamente conhecerá coisas melhores e piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa. O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia.

Só o que está morto não muda! Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!




IMPORTANTE: A postagem original atribuiu a autoria desse texto a Clarice Lispector, mas, como consta de um comentário abaixo, o verdadeiro autor é EDSON MARQUES e o título do texto é MUDE.
Lamento o equívoco e me desculpo com o autor e com quem o leu.
Gizelda.

7 comentários:

  1. Bem me parecia que havia uma razão para vir espreitar! :)

    Gizelda, é um ar fresco, renovado que se leva desta leitura, um livro aberto ao desejo de mudar, nem que seja por breves instantes. A dificuldade está na resistência à mudança.
    Alguns dos exemplos referidos são, no mínimo, aliciantes! E tanto há que podemos fazer, desde coisas simples a outras, claro, mais arrojadas!
    É a atitude que nos move...
    Por acaso levou-me a recordar alguns exemplos bem divertidos!

    Com muito gosto aqui estive e gosto das novidades que vai trazendo!

    Beijinhos

    ResponderExcluir
  2. Gizelda:
    100% de acordo.
    e muitas das sugestões dadas pela CL são agora aconselhadas pela neurobiologia contra o envelhecimento do cérebro...
    beijo no coração

    ResponderExcluir
  3. Querida JB...

    Parece mesmo muito fácil mudar , quando a gente lê esse texto. Hé nele uma leveza que dá a impressão de que poderíamos sair transformando tudo e , por sequência, a nós próprios .

    Por que será que nos acomodamos tanto e somos tão refratários às mudanças, mesmo sabendo que elas nos beneficiam?

    Beijos.E obrigada pela presença e pelos seus comentários tão oportunos.

    ResponderExcluir
  4. Em@...

    em príncípio era só um belo texto da Clarice, como a maioria , aliás. Mas, agora , sabendo que
    é mais do que isso , vou me policiar para fazer algumas mudanças, mesmo começando pelas pequenas.

    Muito beijo, querida. Obrigada.

    ResponderExcluir
  5. Gizelda,



    Que bom que você gostou do meu poema Mude.

    Pena que você, por engano, diz que é "de Clarice Lispector".

    Não é.

    Livro MUDE já editado pela Pandabook, com prefácio de Antonio Abujamra, à venda nas grandes livrarias.

    Mais detalhes no blog Mude.blogspot.com

    Abraços,

    ResponderExcluir
  6. Caro Edson...

    Estou surpresa, porque conheci o texto como de autoria de Clarice. Lamento o engano e vou corrigi-lo,porque , sem dúvida, ele está no meu blog não porque é da Clarice, mas porque procuro postar textos de qualidade de autores conhecidos ou não ( por mim, claríssimo...).

    De qualquer maneira ,é um texto impar. E , se você diz que é um poema, gostaria de saber a forma original dele para postá-lo como se deve ( se você permitir , é lógico!) e fazer a correção necessária. Se você preferir , posso excluí-lo, embora lamente o fato de privar leitores de um belo texto.

    De qualquer maneira, espero que aceite minhas desculpas e parabéns...foi um momento de grande inspiração. Vou conhecer seu livro com o maior prazer.

    Um abraço

    ResponderExcluir
  7. que muito bom esse pensamento é isso que precisamos para nunca desistir de ser feliz

    ResponderExcluir