sexta-feira, 30 de julho de 2010

Todos estão presos à felicidade ou ao sofrimento.


“ A tragédia deste mundo é que ninguém é feliz, não importa se preso a uma época de felicidade ou sofrimento. A tragédia deste mundo é que todos estão sozinhos, pois uma vida no passado não pode ser partilhada com o presente”

Alan Lightman in Sonhos de Einstein / 1993


Como é que alguém esquece quem é, se para ser foi preciso viver?
Os bons momentos são saudades, os maus , aprendizado.Indiscutivelmente,não temos como apagá-los.Entretanto, não se partilha o passado com o presente, e se partilha´-los é o requisito para a felicidade, então não temos nenhuma chance.

14 comentários:

  1. Embora concorde consigo, acho que termos os olhos no passado, nos impede de fruir o momento.
    Mas é óbvio que a felicidade total é uma visão. Será que já a vivemos noutro tempo e noutra dimensão. Isso inquieta-me.

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  2. Venho sempre aqui com gosto, mas já sei que nunca o posso fazer de forma ligeira, a olhar para o relógio. É que aquilo que a Gizelda nos propõe não combina com pressa. Implica chegar, olhar e pedir para sentar. Ela é perfeita anfitriã, e o visitante sente que, até dizendo a maior besteira, será sempre tratado com respeito e simpatia. Tudo coisas que implicam cultivo, que requerem a cumplicidade do tempo. E é precisamente do (ter) tempo que estamos a falar. Acima de tudo, tempo para cultivarmos a memória, pois o resto virá por acréscimo. Caso contrário, estaremos eternamente condenados ao suplício de Tântalo.

    Beijo

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  3. "Todos estão presos à felicidade ou ao sofrimento"

    Gizelda,
    é difícil racionalizar esta reflexão, precisamente porque envolve as palavras "felicidade" e "sofrimento". Gostava de dizer apenas que fiquei "presa" nas suas palavras, sentindo-as fortemente. O que mais me assusta é estarmos (só) presos à felicidade a ao sofrimento de momentos vividos no passado e que, (in)directamente, (in)voluntariamente ocupam o tempo do presente... pelo sofrimento que provocam.
    Depois dou comigo a pensar... se esses momentos ficaram no passado, é porque já fizeram parte de um presente... :) Bem, gosto de ficar por aqui, a divagar...

    Um beijinho grande

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  4. Gizelda,
    queria pedir-lhe um grande favor:
    fazendo a devida referência à autora, posso utilizar a sua expressão "escrever pássaros" num poema que estou a escrever?

    Beijinho

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  5. Gizelda

    Nesses tempos de discussão da chamada "Emenda Constitucional da Felicidade", o tema do teu post é filosofia pura...

    Beijo.

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  6. Lá mais atrás, onde escrevi Tântalo deveria ter escrito Sísifo. Acontece.

    Beijo

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  7. Oi, Ibel...

    Acredito que não seja os olhos no passado, mas a raiz nele e assim não é fácil dele desvencilhar-se...

    De qualquer maneira,questões existenciais costumam nos tirar o sono e nem sempre têm respostas.

    beijos, querida.

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  8. AC...acho adorável a ideia de sempre nos sentarmos à mesa para discutir situações intigantes sobre a vida e seus mistérios.

    Aliás, acho que ao tratarmos desses assuntos somos todos condenados a voltar com a pedra no início da jornada.Quando chegamos perto...é hora de recomeçar.

    Beijo.Você me desafia sempre.E por isso, obrigada.

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  9. Querida JB...

    Escrever pássaros é criação de Júlio Cortazar nesse poema lindo que transcrevi. Use-o, porque é mesmo muito significativo.

    Quanto ao texto, é isso mesmo, uma divagação.O que vivemos, seja bom ou mau, é parte do que somos.Se sofremos, ontem, carregamos essa marca , hoje. E se fomos felizes, fica a sensação de querer de novo.

    Afinal, viver é isso.Lindo e complicado.

    beijinhos.

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  10. Oi, João...

    Acho que precisamos mesmo de uma Emenda Constitucional da Felicidade...quem sabe o senador Cristovam Buarque consiga, sob o signo da lei, a proeza de nos tornar felizes.

    Quanto a filosofar...acho que passei pela vida muito depressa, sem me dar conta de como e porque vivia. Agora,ando questionando o que fiz de mim, do meu tempo, das minhas possibilidades.

    Dificilmente obterei repostas a tantas perguntas,mas é enriquecedor fazê-las.

    Beijo.

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  11. Obrigada Gizelda, mas acredita que nem tinha reparado! :)

    Pus-me a olhar para os pássaros!!! :)

    Beijinho grande!

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  12. Gizelda, eu costumo dizer que o passado é uma manobra de diversão do futuro, que apenas nos impede de viver o presente. As memórias são saudade, como disse e muito bem, mas viver preso no passado é ficar preso no presente, pois o futuro acontece a cada segundo que passa.

    Um beijinho :)

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  13. Helga...

    Acredito que o tempo é infinito,sem marcação alguma.Passado, presente e futuro foi o modo como construímos nossa história nele.Portanto , cada letra que escrevo aqui, no presente, tranformo-a em passado e as restantes que virão são o futuro.

    Assim, o presente é só o momento em que o futuro se transforma em passado. Muito louco.

    Beijos.

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  14. Muito louco mesmo, mas também com algum nexo. Não quis generalizar o tempo, apenas acho que algumas pessoas vivem (literalmente) presas no passado. Agarradas ao que já tiveram sem valorizar o que têm. Inconformadas com o que perderam sem valorizar o que ganharam. O passado, quando encarado como um tempo de aprendizagem, de formação e maturidade, é bom recordá-lo - caso contrário - o melhor é deixá-lo na gaveta e seguir em frente. Fazer de cada segundo que virá o futuro e de cada palavra escrita o passado, pois é só no presente que se vive verdadeiramente.

    Beijinhos :)

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