segunda-feira, 12 de abril de 2010

A hora do cansaço.


As coisas que amamos
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável no limite
de nosso poder de respirar a eternidade

Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra maneira se tornam absoluta
numa outra (maior) realidade.

Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nos cansamos,
por um outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.

Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária
e baixamos o amor ao estado de utilidade.

Do sonho eterno fica esse gozo acre na boca ou na mente,
sei lá, talvez no ar"


Carlos Drummond de Andrade

5 comentários:

  1. Maravilhoso! Abençoada sensibilidade de alguém que tinha o dom de conhecer a mente humana.
    Parabéns pelo gosto e sensibilidade deste blogue.

    Um beijo, Ava.

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  2. São as cinco fases da dor, de acordo com Elisabeth Klüber-Ross. São diferentes em todos nós, mas são sempre cinco. Negação. Ira. Negociação. Depressão. Aceitação.

    Esquecimento, nunca!

    Beijinho :)

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  3. Helga...que lindo!

    Desconhecia esse caminho da dor, mas faz absoluto sentido.

    Esquecimento, nunca! Definitivo.

    beijos.

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  4. Ava...
    Que bom tê-la aqui.

    Já fui ao seu blog e fiquei um bom tempo por lá.Vocè é muito otimista e esparge luz.
    Isso é ótimo.

    Bjs.

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  5. Gizelda, fiz um post logo no começo do blog. Se quiser, passe por lá.

    http://planicies-da-memoria.blogspot.com/2010/01/dor.html

    Beijinho :)

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