sábado, 27 de fevereiro de 2010

Riobaldo in " Grande Sertão : Veredas"


“O senhor… mire, veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam, verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra montão.“

João Guimarães Rosa...uma ponte entre o cérebro e o coração.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Perfeito.


Nunca se explique. Para seus amigos, não é preciso se explicar. Para seus inimigos, é inútil se explicar.

O melhor conselho, segundo Rubem Alves.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Rifa-se um coração que erra, briga, se expõe...


Rifa-se um coração quase novo. Um coração idealista. Um coração como poucos. Um coração à moda antiga. Um coração moleque que insiste em pregar peças no seu usuário.

Rifa-se um coração que na realidade está um pouco usado, meio calejado, muito machucado e que teima em alimentar sonhos e cultivar ilusões. Um pouco inconseqüente que nunca desiste de acreditar nas pessoas. Um leviano e precipitado coração que acha que Tim Maia estava certo quando escreveu... "...não quero dinheiro, eu quero amor sincero, é isso que eu espero...". Um idealista... Um verdadeiro sonhador...

Rifa-se um coração que nunca aprende. Que não endurece, e mantém sempre viva a esperança de ser feliz, sendo simples e natural. Um coração insensato que comanda o racional sendo louco o suficiente para se apaixonar. Um furioso suicida que vive procurando relações e emoções verdadeiras.

Rifa-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmos erros. Esse coração que erra, briga, se expõe. Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões. Sai do sério e, às vezes revê suas posições arrependido de palavras e gestos. Este coração tantas vezes incompreendido. Tantas vezes provocado. Tantas vezes impulsivo.

Rifa-se este desequilibrado emocional que abre sorrisos tão largos que quase dá pra engolir as orelhas, mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto. Um coração para ser alugado, ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes. Um órgão abestado indicado apenas para quem quer viver intensamente contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida matando o tempo, defendendo-se das emoções.

Rifa-se um coração tão inocente que se mostra sem armaduras e deixa louco o seu usuário. Um coração que quando parar de bater ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro na hora da prestação de contas:"O Senhor pode conferir. Eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento. Só fiz bobagens e me dei mal quando ouvi este louco coração de criança que insiste em não endurecer e se recusa a envelhecer".

Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por outro que tenha um pouco mais de juízo. Um órgão mais fiel ao seu usuário. Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga. Um coração que não seja tão inconseqüente.

Rifa-se um coração cego, surdo e mudo, mas que incomoda um bocado. Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda não foi adotado, provavelmente, por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais, por não querer perder o estilo.

Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree. Um simples coração humano. Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado. Um modelo cheio de defeitos que mesmo estando fora do mercado, faz questão de não se modernizar, mas vez por outra, constrange o corpo que o domina. Um velho coração que convence seu usuário a publicar seus segredos e a ter a petulância de se aventurar como poeta.



Clarice Lispector... ou Ricardo Labatt ? Não sei, porque  WEB credita o texto aos dois. Bem, na verdade, quem o escreveu estava profundamente inspirado. É um texto ímpar.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Amo os ipês.


Amo os ipês.
Plantei um ipê na rua, em frente do meu escritório. Já está com quase 2 metros de altura e já mostrou umas poucas flores amarelas. Mas, como toda árvore, como todo ser vivo, ele quer espaço. Os seus galhos crescem para os lados, para a rua, para a calçada. Mas a calçada é larga. É só desviar deles e desejar-lhes um bom dia. Pois, dias atrás, quatro dos seus galhos que se estendiam pela calçada amanheceram quebrados. Foi como se meus próprios braços tivessem sido quebrados. Fiquei pensando na alma da pessoa que fez aquilo.

Que estranho prazer esse, de quebrar os galhos de uma árvore mansa! São sentimentos de um torturador. Alguém que tem prazer em quebrar galhos de uma árvore, sem necessidade, terá prazer também em fazer sofrer um animal ou uma pessoa. Ao sentimento inicial de raiva seguiu-se um outro de profunda piedade: que deserto horrível e seco deve ser a sua alma. Sua alma tem medo dos ipês porque nela só há desertos. Horrorizamo-nos com os criminosos. Milhares há que gostariam de juntar-se a eles. Se não o fazem é por falta de coragem. Contentam-se em quebrar galhos de ipês...


Rubem Alves.


Também amo ipês. Tanto que plantei dois, não apenas um, e esperei dez anos que eles dessem flores. Uma alegria que justificou a espera. Mas, a vida se incumbe de nos fazer dobrar esquinas e deixar amores físicos e imateriais, mesmo que não queiramos.
Assim, quero acreditar- preciso!- que meus ipês continuam lá , majestosos, iluminando a rua e a alma de quem sabe vê-los.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

De mim para mim...


...porque continuo viva apesar de.
...porque tenho muito a agradecer.
...e porque tenho muito a esperar.
e mais ainda a realizar.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Em trânsito.


Tempo de pausa para o meu coração.