terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O Natal da minha infância.


As bolas vermelhas brilham faiscantes na imensa árvore artificial. O silêncio quebrado pelo rumor da minha memória.Ela me vem através de gosto e cheiro...o perfume do cipreste do Natal da minha infância. O gosto do bolo xadrez depois da Missa do Galo....

Estranho que tanto tempo se tenha passado. Uma vida. No entanto, aí está com a nitidez de algo que nunca vai se apagar.Os natais da minha infância eram feitos de dezenas de presépios que se multiplicavam em cores e luzes nas casas abertas de amigos.Presentes raros e parcos, presenças fartas ,doces e preciosas. E família, amigos,sonhos...tantos.

Na cama,desde cedo,vestido e sapatos novos que eu não me cansava de olhar.Tocá-los era puro prazer. Quanto disso eu percebia na época? Muito. Tenho certeza agora de que aquela inefável sensação de alegria existia real dentro de mim. E ficou para sempre intocada em algum lugar que não sei qual é.
O surpreendente é que a recobrei hoje , não sem muita nostalgia.Fiquei muito tempo mergulhada em um tempo que se foi ,mas ficou.

O perfume do cipreste e o gosto do bolo estão vivos, vivíssimos.Sinto- os com todos os meus sentidos em todas as suas nuances.
Eles se chamam SAUDADE.

5 comentários:

  1. Gizelda, o Natal da sua infância certamente carrega consigo a lembrança do Natal de tanta gente.

    Eu senti até os cheiros...

    Pra variar, um lindo texto - e muito emocionante, confesso.

    Beijão.

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  2. Oi, João...

    Muito bom "revê-lo" por aqui.

    E, acredito sim, que muita gente tenha o mesmo saudosismo que eu. Nasci em uma "aldeia" de 8 mil habitantes e ali vivi até os 17.
    O Natal não tinha shopping, compras, barulho...Era caseiro, afetivo,religioso e os sabores e odores dele eram o melhor.

    Minhas filhas e netas não conceberiam esse Natal,e tenho um pouco de pena desse fato.Quando me ouvem ,vejo um tanto de incredulidade nos olhos delas.O mundo evoluiu (?)...

    Bjs.Obrigda pela presença.

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  3. Gizelda

    suas filhas e netas não sabem o que perderam.

    Até montar a árvore de natal era um acontecimento.

    É sempre bom estar por aqui.

    Beijo.

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  4. Que lindo este texto “natalício”! (como disse uma patrícia)
    Deu até vontade de provar deste bolo xadrez. Esta é a data que mais gosto no ano. Todo o ano, aguardo ansioso por dezembro; é como se o natal fosse do dia primeiro ao vigésimo quinto deste mês.
    Ainda não escrevi nada para celebrar esta data com meus queridos leitores. Acho que foram certas férias de araque/truque de Mandrake, que me retardaram um pouco da fantasia desta vez; mas haverei de chegar fantasiado de natal no exato dia (riso).
    Há um texto em meu blog, é um dos primeiros, onde falo do natal: O Velho Espírito Natalino; data de 02.01.09. Ele foi publicado no jornal daqui de Ituverava e é minha terceira postagem neste blog. Gostaria que, quando tivesse um tempo, desse uma olhada e comentasse.
    Abraço!

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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