domingo, 27 de setembro de 2009

Podemos ser livres! Podemos aprender a voar!




"Não tardou muito para que Fernão Gaivota voltasse a pairar no céu, sozinho, esfomeado, feliz, aprendendo. Revoltava-o saber que uma gaivota era uma presa fácil, por voar muito devagar.

O tema era a velocidade. E depois de uma semana de prática, conseguira aprender mais sobre velocidade do que a gaivota viva mais rápida.

Aprendeu que encurtando as asas, como as asas do falcão, poderia atingir em mergulho a velocidade fantástica de trezentos e vinte quilómetros por hora.

Isto aconteceu numa manhã, logo a seguir ao nascer do sol, Fernão Gaivota atravessou o Bando da Alimentação que perseguia um barco de pesca; como uma bala, riscando o céu a trezentos e vinte quilómetros por hora, num tremendo rugido de vento e penas. A Gaivota da Fortuna sorriu-lhe desta vez e ninguém foi ferido.

Radiante, pensava no bando, "Ficarão loucos de alegria. Como vale a pena agora viver! Em vez da monótona labuta de procurar peixe junto dos barcos de pesca, temos uma razão para estar vivos! Podemos subtrair-nos à ignorância, podemos encontrar-nos como criaturas excelentes, inteligentes e hábeis. Podemos ser livres! Podemos aprender a voar!"

Ao voltar à noite para o bando, Fernão foi chamado ao centro. As palavras do mais velho foram pronunciadas no tom mais solene. Ser chamado ao centro só podia significar grande vergonha ou grande honra.

Fernão Gaivota - disse o mais velho -, é chamado ao centro por vergonha aos olhos das gaivotas suas semelhantes... pela sua desastrada irresponsabilidade por violar a dignidade e tradição da família das gaivotas... não se pode esquecer, que estamos neste mundo para comer e para nos mantermos vivos tanto quanto pudermos.

Uma gaivota nunca contesta o Conselho do Bando, mas a voz de Fernão ergueu-se gritando:

Quem é mais responsável do que uma gaivota que descobre e desenvolve um significado, um propósito mais elevado na vida? Passamos mil anos lutando por cabeças de peixe, mas agora temos uma razão para viver, para aprender, para descobrir, para sermos livres!

O bando mostrou-se impenetrável como a pedra. Fernão foi banido da sociedade das gaivotas, condenado para a vida solitária nos Penhascos Longínquos.

Fernão Gaivota passou o resto dos dias sozinho, mas voou muito além dos Penhascos Longínquos. A solidão não o entristecia. Entristecia-o que as outras gaivotas se tivessem recusado a acreditar na glória do vôo que as esperava. Recusaram -se a abrir os olhos e a ver."

Richard Bach

3 comentários:

  1. Professora Gizelda!

    Não tenho palavras para explicar o que sinto quando leio cada post seu! Cada texto, cada palavra enche meu coração de alegria! Toca lá no fundinho da minha alma!!

    Gostaria de te dizer, Professora, tantas coisas! Mas, nem sei por onde começar... Apenas saiba que peço todos os dias da minha vida para que Deus ilumine seu caminho cada dia mais! Vc é iluminada! E eu sou grata por ter te conhecido!

    Tenha uma ótima tarde!
    Fique com Deus!

    Beijos

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  2. Ana Lívia querida...

    Cadê você?

    A recíproca é verdadeira.Também me sinto assim, quando encontro você, mesmo que seja por aqui. Energia positiva no ar.

    Bjs. E muito obrigada pelo carinho.

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