domingo, 5 de abril de 2009

...unicamente sozinho.





Pouso-me perante a ponta de um lápis e de uma folha em branco. Salto logo lá para dentro e escrevo e escrevo e escrevo. Mal sei do suor que de tanto grito e paixão me corre pela ponta dos dedos e mergulha dos olhos até tudo querer pintar e apagar e pintar de novo e apagar e pintar. Queria o mundo num toque apenas e a vida num minuto. Para depois repetir e repetir e repetir... como as músicas da minha aparelhagem. Obsessivamente. Vivo como se a vida fosse acabar já. Às vezes sufoco(-me). Outras esqueço(-me) e deixo(-me) ir. No som de uma voz. No cheiro de um corpo. No abraço de um olhar. No sonho de uma mão. Deixo-me ir em mim e em ti e em todos que a meu lado querem a vida. Saltemos, então, nas praias que inventamos para nos cobrir. Assim sou feliz e assim sou infeliz. Completamente nos outros e unicamente sozinho.

Pedro Branco.

Por que demorei tanto para reencontrá-lo? Ele fala direto à minha alma.

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